sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Da janela


Sentia-se a agitação das ervas. O vento soprava furioso, enquanto o céu cuspia largas cordas de água.

Sentou-se no beiral da janela. Gostava da desordem a que assistia. Atenta, analisava até ao mais ínfimo detalhe o mover de cada folha. No entanto, o baloiçar dos troncos das árvores mais sólidas confundiam o seu pensamento.
Todas as mudanças a apoquentavam, temia o desconhecido.
Tal qual um recém-nascido necessitava de protecção, também ela procurava acalmia. Desdenhava incertezas, já que o doce sabor da ilusão a fazia acreditar que aquela tempestade não mais voltaria.

A noite avançava veloz. Inquietas, as nuvens chocavam, emitindo um rosnar ameaçador. Ela sentia medo.
Desceu da janela e logo se refugiou no conforto do cobertor. Ah, como era bom o cobertor! Lançou um olhar sobre o céu. Não lhe parecia tão agressivo, visto dali.


Poisou a cabeça na almofada e adormeceu.

1 comentário:

Diogo disse...

POdias escrever mais coisas!! adoro ler as tuas coisas